06/09/2013 16:46

Quase dois anos depois obras do buraco da Avenida Paraná ainda estão pela metade

Foto: Patrícia Rodrigues/PMD
Esta é a situação hoje na Avenida Paraná: tráfego liberado, obras pela metade

Seria trágico, se não fosse cômico. Quase dois anos depois, o site da prefeitura de Divinópolis anuncia a segunda etapa das obras para recuperar a Avenida Paraná, altura dos bairros Catalão e São José.  A enorme cratera aberta no local pelas chuvas de dezembro de 2011 continua exposta como símbolo do governo tucano, que vem administrando a cidade há quase cinco anos.

O buracão da Paraná, como se tornou conhecido um dos maiores fiascos desta administração, foi aberto no final de dezembro, interrompendo parte do tráfego numa das vias mais movimentadas da cidade.

A Avenida Paraná, porta de entrada e saída para a BR-494, destino São Paulo e Sul de Minas, comporta um dos tráfegos mais intensos, além de ser o único acesso por via urbana ao Parque de Exposições, onde ocorrem festas que atraem até 40 mil pessoas.

No início, a reação foi de indignação. A inércia de uma administração comprometida até o pescoço com grupos políticos, gerenciada com o objetivo de atender a fins eleitoreiros, gerou uma intensa revolta da população sacrificada pela falta de investimentos. Não por acaso a Prefeitura  vem raspando o fundo do cofre. Há que se considerar a queda de receita, mas Divinópolis não foi a única vítima. Todas as prefeituras do país passam pela mesma doença. É recorrente, mas oportuno, lembrar que faltou gestão ao atual prefeito e sua equipe. Inclusive gestão de caráter, pois sabe-se que a orgia financeira à qual o município foi submetido, se tornou responsável pela quebradeira. Mais de 200 cargos de confiança, cerca de R$ 15 milhões torrados em publicidade só no primeiro ano de gestão do primeiro mandato, festas e foguetórios desenfreados para financiar campanhas eleitorais sob a cortina de “inaugurações”, dinheiro a rodo para entidades privadas (Só o Sindicato Rural levou quase R$ 700 mil nos primeiros quatro anos). Junte-se a esta farra a queda na arrecadação, não poderia dar em outra coisa, a não ser falta de recursos para investimentos mínimos.

Depois da indignação, veio a chacota. A cratera passou a ser conhecida como o “buraco do prefeito”.  A forma sarcástica com que o governo tratou a questão, fazendo-se de surdo ante a indignação popular, fez o povo apelar para a ironia.  

SEGUNDA ETAPA – Próximo a completar aniversário de dois anos, o buraco da Paraná continua impávido, mesmo que sem a ostentação de janeiro de 2012. Afinal, alguma coisa foi feita, mas nada que lembre que em Divinópolis há governo. Em qualquer cidade com administração séria, um buraco daquela proporção, numa via de movimento intenso e colocando em risco a vida de condutores e pedestres, seria a prioridade das prioridades. Mas não em Divinópolis.  

Depois de liberar o tráfego de veículos no local, a Prefeitura vai começar a segunda etapa de obras, conforme informa o site oficial. Na primeira fase, foram feitas a limpeza do canal, retirada de trilhos para contenção provisória, recolocação de tapume e limpeza geral do entorno, além de uma galeria de concreto para dar vazão à água.

É incompreensível  tanta demora na reconstituição da pista da Avenida Paraná. Isso porque não está saindo um centavo sequer dos cofres da Prefeitura. A obra está orçada em R$ 1,3 milhão e todo o dinheiro  vem do governo federal, proveniente da Defesa Civil Nacional. Este dinheiro foi liberado em janeiro. Fica a pergunta: se o dinheiro estava no caixa, por que as obras não foram realizadas com a urgência necessária? Entre as muitas repostas, uma que não quer calar: teria ocorrido desvio de recursos? Afinal, a previsão oficial era de conclusão da obra em março. E lá já se foram cinco meses.

Seria esse o grande fiasco estrutural deste governo? Provavelmente, não. E o tobogã da Castro Alves, conhecido como viaduto? E o buraquinho que dá passagem aos moradores do bairro Candelária no anel  rodoviário, conhecido como túnel? E a falta de estrutura nos conjuntos habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida? E o sucateamento da Emop, atolada em dívidas conforme mostra o último balanço publicado esta semana?  E a inauguração da UPA/Ponte Funda, prevista para funcionar em março de 2010, festa de inauguração para ganhar votos em julho de 2012 e que, talvez, seja verdadeiramente entregue só em meados de 2014?

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